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Foto do escritorRené Santos Neto

Os rumos do Paraná para 2026: Reflexos de uma pesquisa e o impacto do capital político de Ratinho Junior



A recente pesquisa estadual divulgada pela Ágili Pesquisas lança luz sobre o cenário político do Paraná em 2026, trazendo insights importantes sobre o jogo eleitoral que se avizinha. Em um estado marcado por uma continuidade política sólida, mas também por desafios significativos, o governador Ratinho Junior desponta como o principal protagonista, seja para o Governo do Estado, o Senado Federal ou até mesmo para ambições nacionais. A análise dos dados da pesquisa nos permite contextualizar os possíveis players de 2026, as correlações com os resultados de 2024 e as implicações do capital político acumulado por Ratinho Junior.


A continuidade da hegemonia: O Governo do Estado em foco


A pesquisa aponta para um cenário de manutenção da hegemonia política que Ratinho Junior vem consolidando desde sua primeira eleição. Com índices de aprovação que ultrapassam a marca dos 60%, o atual governador reforça sua posição como um dos líderes mais influentes da história recente do Paraná. Este dado é um reflexo direto de sua capacidade de entregar resultados, tanto em infraestrutura quanto em programas sociais que têm impacto tangível para a população.

Para 2026, a continuidade desta liderança se apresenta em duas frentes principais. Caso Ratinho opte por apoiar um sucessor ao Governo do Estado, este terá uma base eleitoral expressiva e um apoio consolidado, o que pode lhe garantir favoritismo. Entre os nomes cotados para essa sucessão estão aliados próximos como Guto Silva (PSD), atual secretário de Planejamento e Projetos Estruturantes, e Marcio Nunes (PSD), secretário do Desenvolvimento Sustentável e Turismo. Ambos têm a confiança do governador e representam a continuidade de sua agenda. O deputado e futuro presidente da ALEP Alexandre Curi (PSD) também é um nome que pode emergir do arco de apoio do atual governador, tendo a seu favor a sua grande capacidade de construção de alianças eleitorais e a penetração nos rincões do Estado.

Por outro lado, a oposição enfrenta um desafio significativo. Fragmentada e ainda sem uma figura de destaque para rivalizar com a força do grupo governista, a oposição precisará buscar alternativas viáveis para consolidar seu discurso e mobilizar o eleitorado. Em 2024, nomes da oposição como Cristina Graeml (PMB) emergiram com certa força nas eleições municipais, mas carecem de estrutura e alianças para se estabelecerem como líderes estaduais. O Senador Sérgio Moro (União Brasil), dotado de um recall significativo da eleição de 2022, também emerge com competitividade para a disputa, mas precisa ampliar o seu arco de alianças para manter a força na disputa do Palácio Iguaçu.


A disputa pelo Senado: Protagonismo em foco


O cenário para o Senado é mais competitivo. A pesquisa revela um equilíbrio maior entre os possíveis candidatos, com destaque para o próprio Ratinho Junior, caso decida lançar-se ao Senado. Sua força é evidente: com aprovação alta e uma base política sólida, ele tem a capacidade de atrair eleitores tanto do interior quanto das áreas urbanas.

Entre os concorrentes potenciais estão Gleisi Hoffmann (PT), uma figura consolidada no campo progressista, e Alvaro Dias (Podemos), veterano da política paranaense que, embora tenha visto sua força diminuir nos últimos anos, ainda possui um nome relevante no estado. Também há espaço para o surgimento de novos nomes, especialmente daqueles que se destacaram em cargos municipais ou estaduais em 2024, como os prefeitos de cidades estratégicas que podem tentar ampliar sua relevância.

A escolha de Ratinho Junior por concorrer ao Senado abriria caminho para uma disputa polarizada, onde sua base consolidada seria um ativo crucial. Além disso, sua candidatura poderia reorganizar alianças, forçando partidos menores a se posicionarem estrategicamente para obter ganhos políticos e eleitorais.


A ambição nacional: Presidência ou vice?

Um dos aspectos mais interessantes revelados pela pesquisa é o tamanho do capital político de Ratinho Junior. Ele emerge como um nome não apenas para o cenário estadual, mas também para o nacional. Sua popularidade no Paraná e sua capacidade de articulação com outros estados o colocam como um player potencial na corrida presidencial de 2026, seja como candidato a presidente ou como vice em uma chapa majoritária.

Ratinho Junior apresenta um perfil de gestor técnico, com capacidade de diálogo com diferentes segmentos e partidos. Este posicionamento o torna uma figura atrativa para alianças nacionais, especialmente em um contexto de polarização extrema, onde o eleitorado busca alternativas moderadas. Sua relação próxima com lideranças como Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e Romeu Zema, em Minas Gerais, cria a possibilidade de uma coalizão que represente o centro-direita nacional.

No entanto, sua decisão de mirar o cenário nacional dependerá de dois fatores principais: a configuração do cenário estadual e a viabilidade de alianças que o coloquem em posição de destaque na disputa presidencial. Caso opte por se manter no Paraná, sua candidatura ao Senado pode ser uma forma de consolidar ainda mais seu legado e garantir relevância política enquanto observa o desenrolar das próximas eleições nacionais.


Resultados de 2024 e suas correlações com 2026

Os dados da pesquisa para 2026 também refletem tendências observadas nas eleições de 2024. A vitória de aliados de Ratinho Junior nas principais prefeituras do estado reforça a capacidade de articulação do grupo governista e sua presença em todas as regiões do Paraná. Este domínio territorial é essencial para a eleição estadual, onde o interior desempenha um papel crucial na definição dos resultados.

Por outro lado, a oposição demonstrou nas eleições municipais que possui nichos de resistência, especialmente em áreas urbanas como Curitiba. Esses focos de oposição precisam ser monitorados, pois podem crescer caso a gestão estadual não atenda às demandas específicas dessas regiões. A força crescente de movimentos conservadores alinhados a lideranças nacionais, como Jair Bolsonaro, também pode complicar o cenário para o governo estadual, especialmente se esses grupos não se alinharem integralmente com Ratinho Junior.


Aspectos técnicos da pesquisa: Forças e fraquezas

A pesquisa apresentada pela Ágili Pesquisas utiliza uma metodologia sólida, com amostras estratificadas proporcionalmente e uma margem de erro de 3%. Isso garante uma boa representatividade dos dados, especialmente no que diz respeito às principais regiões do estado. No entanto, algumas limitações devem ser observadas:

Forças:

  1. Cobertura regional abrangente: Permite uma visão clara das tendências em diferentes partes do estado.

  2. Dados sobre aprovação: Fundamentais para medir o impacto da gestão atual no cenário eleitoral.

  3. Projeção de cenários: Ajuda a antecipar movimentações estratégicas dos principais grupos políticos.

Fraquezas:

  1. Foco limitado em indecisos: Um percentual significativo de indecisos indica que o cenário ainda pode mudar substancialmente.

  2. Método de coleta: Não especificado, o que pode influenciar o perfil dos respondentes e limitar a extrapolação dos resultados.

  3. Sub-representação de nichos específicos: Dados sobre jovens eleitores e segmentos marginalizados poderiam enriquecer a análise.


Conclusão: O Paraná rumo a 2026


A pesquisa evidencia que o Paraná segue sendo um estado onde a política é definida pela continuidade de lideranças fortes, mas que também apresenta desafios à medida que novas forças começam a emergir. Ratinho Junior, com seu capital político robusto, tem o poder de definir os rumos tanto do estado quanto de sua própria carreira política.

Seja concorrendo ao Senado, articulando a sucessão estadual ou projetando-se no cenário nacional, Ratinho Junior se mantém como a figura central do jogo político paranaense. Sua força no estado e sua capacidade de articulação nacional o colocam em posição de moldar o futuro do Paraná e influenciar diretamente o contexto político brasileiro em 2026.

O desafio para a oposição será consolidar um discurso unificado e conquistar espaços significativos em um cenário amplamente dominado pelo grupo governista. Para os eleitores, o momento será de avaliar os rumos de uma gestão que busca equilíbrio entre eficiência técnica e articulação política, ao mesmo tempo em que se prepara para enfrentar os desafios de um cenário eleitoral cada vez mais competitivo e polarizado.


Referências:

  1. Pesquisa realizada pela Ágili Pesquisas, com amostra de 1.211 eleitores entrevistados entre os dias 27 e 30 de novembro de 2024. A margem de erro é de ±3 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

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