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O Segundo Turno em Curitiba: Cenário Atual e Estratégias para a Sequência da Campanha Eleitoral

Foto do escritor: René Santos NetoRené Santos Neto

A eleição de 2024 em Curitiba trouxe surpresas e uma disputa acirrada pelo segundo turno, marcada por um cenário de reconfiguração política. Após um primeiro turno intenso, Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) seguem para a última etapa da corrida eleitoral. Analisando os resultados das urnas e as perspectivas de campanha, vamos compreender o cenário atual e as estratégias que devem orientar as próximas semanas.


Resultados do Primeiro Turno: Um Cenário Fragmentado


Com 33,51% dos votos, Eduardo Pimentel desponta como favorito para a prefeitura, consolidando uma liderança esperada pelo seu perfil de centro-direita e forte estrutura partidária. Sua vantagem sobre Cristina Graeml, que alcançou 31,17%, é pequena – cerca de 22 mil votos. Essa diferença diminuta demonstra que o segundo turno será competitivo, com os dois candidatos tendo que buscar apoio dos eleitores que votaram em outros candidatos.

Luciano Ducci (PSB), terceiro colocado com 19,44%, liderou a oposição progressista, mas não conseguiu ir ao segundo turno. Ele representa uma parcela importante do eleitorado de centro-esquerda, enquanto candidatos como Ney Leprevost (UNIÃO), Luizão Goulart (SOLIDARIEDADE) e Roberto Requião (MOBILIZA) – somando juntos 13,09% dos votos – agregam as tendências centristas e conservadoras moderadas.

O total de votos nulos (4,64%) e em branco (4,46%) mostra um certo descontentamento ou indecisão entre os eleitores. Esse grupo, somado aos que apoiaram candidatos derrotados, será alvo de estratégias intensas de ambas as campanhas.


Perspectivas para Eduardo Pimentel: Estabilidade e Ampliação de Base


Como candidato do centro, Eduardo Pimentel tem uma vantagem natural para atrair o eleitorado de centro-direita e moderado. A expressiva votação de Ney Leprevost, Luizão Goulart, e até mesmo de Luciano Ducci pode migrar para Pimentel, desde que ele consiga manter uma retórica de estabilidade e continuidade, focando em políticas pragmáticas que ressoam bem com um público que busca governabilidade e equilíbrio.

Pimentel terá que balancear seu discurso para não perder o eleitorado mais conservador e, ao mesmo tempo, atrair os indecisos. O desafio será apresentar-se como uma alternativa mais equilibrada e segura, contrastando com a postura mais à direita de Graeml. Assim, a narrativa de "segurança e experiência" será crucial para agregar votos centristas e desmobilizar a campanha da oponente.


A Estratégia de Cristina Graeml: Consolidar e Ampliar à Direita


Cristina Graeml, representando o eleitorado mais à direita, conseguiu surpreender com uma votação expressiva que lhe rendeu o segundo lugar. Para se consolidar, ela precisa focar em manter sua base conservadora unida e explorar a narrativa de "renovação" e "mudança", especialmente para captar eleitores insatisfeitos com a política tradicional.

A dificuldade para Graeml será ampliar sua base para o centro sem perder seu eleitorado mais ideologicamente alinhado. Ela terá que articular uma mensagem que reforce valores tradicionais, mas que também seja capaz de conquistar eleitores de Luciano Ducci que buscam uma alternativa mais conservadora, além de atrair indecisos que possam ver em sua campanha uma mudança necessária.


O Eleitorado de Ducci: O Fiel da Balança?


Os 19,44% de votos de Luciano Ducci representam a chave para o segundo turno. Sendo um candidato de centro-esquerda, seus eleitores têm maior afinidade com uma política progressista e moderada. Uma parte significativa desse grupo pode tender a votar em Pimentel, que se apresenta como uma opção mais moderada do que Graeml. Contudo, a rejeição ao status quo e o desejo de mudança podem fazer com que parte desse eleitorado veja em Graeml uma alternativa mais enérgica para provocar transformações no cenário político local.


O Cenário Volátil dos Indecisos e Votos Brancos/Nulos


Os votos em branco/nulos somaram quase 10%, e a quantidade de eleitores que se abstiveram pode fazer a diferença no segundo turno. Ambas as campanhas devem focar em mobilizar esse eleitorado, apresentando propostas claras e abordando temas que sensibilizem essa parcela que não se sentiu representada no primeiro turno.


Conclusão: Uma Corrida Aberta até o Fim


O segundo turno em Curitiba será marcado por uma forte disputa entre a manutenção de um status quo centrista e a ascensão de uma alternativa mais à direita. Eduardo Pimentel terá que consolidar sua posição como o candidato da estabilidade e da experiência política, enquanto Cristina Graeml deverá se consolidar como uma força de mudança, buscando ampliar seu alcance para além da direita.

As próximas semanas serão cruciais para ambos os candidatos, que precisam conquistar os eleitores indecisos, mobilizar suas bases e garantir que suas mensagens alcancem o maior número possível de votantes. Com uma disputa tão acirrada e com um cenário político volátil, tudo indica que teremos um segundo turno emocionante e disputado até os últimos momentos.




 
 
 

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