Em meio a alianças, estratégias e possíveis candidatos, Curitiba se prepara para um cenário eleitoral movimentado.
1. O xadrez político de Valdemar Jorge
Valdemar Jorge, secretário estadual de Meio Ambiente, tem sido uma figura central na política de Curitiba e do Paraná por algum tempo. Sua influência e contribuição no partido Republicanos são inegáveis, mas recentes mudanças na estrutura do partido estão fazendo com que ele reavalie sua posição.
1.1. A ascensão de Marcelo Almeida
A chegada de Marcelo Almeida ao comando do Republicanos, numa manobra articulada diretamente de Brasília, deixou Jorge em uma posição delicada. Mesmo com a nova liderança não mostrando resistência à sua presença, ficou evidente para Jorge que talvez fosse o momento de buscar novos horizontes políticos.
1.2. O flerte com o PSD e o Novo
Em meio a esse cenário, surgiram rumores de uma possível migração de Jorge para o PSD, partido do governador Ratinho Junior. Fontes próximas aos dois políticos sugerem que já houve uma conversa preliminar, com ambos mostrando-se favoráveis a essa mudança. Contudo, outra possibilidade intrigante é a aproximação de Jorge com o Novo, especialmente com a figura de Deltan Dallagnol. O ex-deputado federal, que recentemente se juntou ao Novo, teve conversas com Jorge, alimentando especulações sobre uma potencial aliança ou mesmo filiação.
1.3. A questão da vice-prefeitura de Curitiba
Em meio a todas essas movimentações, surgiu a possibilidade de Jorge ser candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por um dos Dallagnol, seja Deltan ou sua esposa Fernanda. Contudo, essa estratégia carrega riscos, especialmente considerando a atual inelegibilidade de Deltan e as consequências políticas de se associar ao Novo tão perto das eleições.
1.4. Uma decisão ponderada
Apesar das tentadoras possibilidades à sua frente, Jorge sabe que qualquer movimento precipitado pode ser prejudicial. Associar-se ao Novo e a Dallagnol neste momento poderia causar tensões com o grupo político liderado por Ratinho. A tendência, portanto, é que Jorge faça uma transição cuidadosa para o PSD, observando de perto a evolução da situação de Deltan e ponderando uma futura associação com o Novo.
2. Luiz Fernando Jamur: O 'Supersecretário' de Curitiba
Luiz Fernando Jamur é uma figura que transcendeu administrações, fazendo parte do tecido administrativo da prefeitura de Curitiba por mais de quatro décadas. Com uma trajetória ímpar, ele se destacou em diferentes gestões, consolidando-se como um verdadeiro conhecedor dos meandros da política da cidade.
2.1. Experiência e versatilidade
Com mais de 40 anos no Palácio 29 de Março, Jamur teve a oportunidade de trabalhar em gestões de diferentes matizes políticas. Isso lhe conferiu uma capacidade única de adaptação, levando-o a receber a alcunha de "supersecretário" devido ao acúmulo de responsabilidades em diversas administrações.
2.2. Um possível vice para 2024
Recentemente, a expertise e o perfil técnico de Jamur chamaram a atenção de analistas políticos e marqueteiros. Nos bastidores, rumores apontam que ele poderia ser uma escolha estratégica para o cargo de vice-prefeito nas eleições de 2024, provavelmente ao lado de Eduardo Pimentel. No entanto, essa decisão está longe de ser finalizada, e muitos fatores podem influenciar essa escolha.
2.3. Declaração à Rádio Banda B
Em uma entrevista à Rádio Banda B e ao Blog Politicamente, Jamur evitou se comprometer com uma candidatura. Ele expressou sua dedicação à prefeitura e à cidade de Curitiba, enfatizando que sua principal preocupação não é política, mas sim o bem-estar da cidade e de seus habitantes. A decisão final, segundo ele, caberia a Greca e Pimentel.
2.4. A perspectiva dos insiders
Apesar de sua declaração, fontes com profundo conhecimento dos bastidores da prefeitura afirmam que Jamur, como qualquer "bom soldado", seguirá as ordens que lhe forem dadas. Se for instruído a assumir a vice de Pimentel, ele o fará.
3. O Palco Político de Curitiba em 2024
A menos de um ano para as eleições, Curitiba vive um ambiente de antecipação política. Enquanto os principais jogadores se posicionam, os bastidores fervilham com estratégias e alianças.
3.1. O atual cenário e seus protagonistas
Atualmente, quatro nomes despontam como os mais prováveis candidatos à prefeitura: Eduardo Pimentel (PSD), Ney Leprevost (União Brasil), Luciano Ducci (PSB) e Goura Nataraj (PDT). Todos já indicaram intenção de concorrer, e cada um traz uma bagagem política e uma visão distinta para a cidade.
3.2. A busca por alianças
A aproximação das eleições significa também a formação de alianças. Em um cenário onde o equilíbrio de poder pode ser decidido por pequenas margens, a formação de coalizões é vital. O cenário atual mostra a busca de candidatos por parceiros estratégicos, mirando tanto no apoio político quanto no eleitoral.
3.3. A estratégia da Frente Ampla
A ideia de uma "frente ampla" ganha força, especialmente no lado esquerdo do espectro político. Luciano Ducci, por exemplo, pode encabeçar uma coalizão que vai do PSDB ao PT. O objetivo é claro: unificar o voto progressista e conquistar a prefeitura de Curitiba pela primeira vez.
3.4. Os desafios de Goura Nataraj
O deputado Goura Nataraj enfrenta um desafio duplo. Por um lado, ele tem a missão de representar o PDT. Por outro, precisa lidar com a possibilidade de ser deixado de fora da grande coalizão de esquerda. Com recursos limitados e pouco tempo de TV, ele terá que ser astuto em sua campanha.
3.5. A influência do Lavajatismo
O legado da Lava Jato ainda ressoa em Curitiba. A entrada de Deltan Dallagnol e sua esposa, Fernanda, no cenário político, por meio do NOVO, traz uma nova dimensão à corrida. O futuro de Deltan como candidato ainda é incerto, mas a influência do lavajatismo é inegável e pode ser um fator determinante nas urnas.
4. Os Movimentos Estratégicos dos Candidatos
Com o cenário eleitoral tomando forma, candidatos individuais começam a traçar suas estratégias e a fazer movimentos-chave para garantir uma posição forte nas eleições.
4.1. Marcia Huçulak: Em busca de um partido
A deputada estadual Marcia Huçulak parece estar em uma encruzilhada política. Atualmente no PSD, ela está ativamente buscando um novo partido para representar nas eleições de 2024. Com vários partidos mostrando interesse, como o Podemos, MDB, Republicanos e PL, a decisão de Huçulak será crucial para determinar sua trajetória nas eleições.
4.2. PSDB e a decisão de 2024
Sob a liderança de Beto Richa no Paraná, o PSDB parece estar se afastando da ideia de fazer parte da frente ampla de esquerda em Curitiba. Com a possibilidade de aliar-se ao PSD de Eduardo Pimentel, o partido terá que decidir rapidamente sua estratégia para evitar a perda de influência em uma cidade onde não tem representação desde 2012.
4.3. O União Brasil e seus planos B
Com Ney Leprevost firmemente estabelecido como candidato à prefeitura pelo União Brasil, o partido já está delineando planos de contingência. Uma vice mulher está em consideração, com a deputada estadual Flávia Francischini sendo a favorita para a vaga. A formação de alianças e coalizões também está em jogo, e o União Brasil terá que tomar decisões estratégicas para maximizar suas chances.
4.4. Luciano Ducci: Prioridade para o PSB
A determinação do PSB nacional de ter Luciano Ducci como candidato em Curitiba torna sua candidatura uma das mais importantes para o partido. Com recursos do fundo eleitoral já garantidos, Ducci tem uma base sólida para construir sua campanha.
4.5. Eduardo Pimentel: Preparado para a batalha
O prefeito em exercício de Curitiba, Eduardo Pimentel, está mostrando determinação e preparação para enfrentar seus adversários em 2024. Com o apoio de figuras influentes e um conhecimento íntimo das operações da prefeitura, ele está pronto para defender sua visão para Curitiba e tentar garantir a continuação do legado de Greca.
5. Os Desafios das Eleições de 2024
Com as eleições municipais de 2024 se aproximando, Curitiba enfrenta desafios específicos que moldarão a campanha e os resultados.
5.1. A Indústria da Multa em Curitiba
Uma das principais questões abordadas pelos curitibanos é o problema percebido da "indústria da multa". Com variações frequentes de limites de velocidade e um grande número de radares, muitos veem isso como uma fonte de receita em vez de uma medida de segurança. Este será um tema quente durante as campanhas, com candidatos precisando abordar soluções ou reformas.
5.2. Priorização da Vida sobre a Infraestrutura
A gestão de Greca foi amplamente focada na infraestrutura, principalmente em asfalto e transporte coletivo. No entanto, muitos acreditam que a vida e o bem-estar dos cidadãos devem ser priorizados. Candidatos terão que equilibrar essas demandas e apresentar uma visão holística para a cidade.
6. Conclusão: Um Cenário Eleitoral Mutável
Em um ano, muita coisa pode mudar na política. Enquanto os candidatos se movimentam e as alianças são formadas, os eleitores de Curitiba estarão observando atentamente. Eles buscarão líderes que não apenas prometam, mas que também tenham planos concretos para enfrentar os desafios da cidade.
Candidatos que conseguirem capturar a imaginação do público, abordar suas preocupações e apresentar soluções viáveis estarão em uma posição forte para as eleições de 6 de outubro de 2024. No entanto, com as reviravoltas frequentes da política, nada é garantido.

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